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Ansiedade – quando é normal e quando é problema

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Quando você coloca em um buscador eletrônico a palavra “ansiedade” a primeira descrição que aparece é esta:

ansiedade
substantivo feminino

1. grande mal-estar físico e psíquico; aflição, agonia.
“a demora no atendimento causava-lhe a.”

2. fig. desejo veemente e impaciente.
“com grande a. aguardava o seu casamento”

Percebe como na primeira definição a ansiedade está relacionada a algo negativo, que traz sofrimento? Essa é a conotação que esse sentimento vem recebendo nos dias de hoje e cada vez mais as pessoas procuram médicos em busca de remédios controlados para aliviar esses sintomas. Mas será que realmente existe necessidade de medicação?

Na verdade, a ansiedade é vital pois movimenta os processos de construção do pensamento, de leitura da memória e da nossa consciência de existência.

Em outras palavras, a ansiedade vital nos deixa alerta, promove pensamentos, emoções, lembranças, estimula a criatividade e o desejo explorador.

É aquele friozinho na barriga antes de uma entrevista de emprego ou antes de encontrar a pessoa amada.

É o que a segunda definição acima descreve.

O problema é quando a ansiedade se torna doentia, e essa, infelizmente, é a visão mais comum que se tem desse sentimento nos dias de hoje.

Gosto muito da teoria do pensamento acelerado, muito bem descrita pelo autor Augusto Cury em seu livro intitulado “Ansiedade”. Basicamente Cury explica que somos hiperestimulados através da TV, internet, competitividade, uma avalanche de informações intermináveis e o sentimento é que ainda não sabemos o suficiente e precisamos continuar nos estimulando (e o pior, estimulando da mesma maneira as crianças).

Mesmo que o conteúdo seja positivo e interessante, essa hiperestimulação leva a um aceleramento do pensamento que não tomamos consciência e isso por si só gera um desgaste enorme para o cérebro, e os sintomas principais são os seguintes:
– Insatisfação;

– Cansaço exagerado e constante;

– Sofrimento por antecipação;

– Irritabilidade e impaciência;

– Tédio (dificuldade em desfrutar a rotina);

– Baixo limiar para suportar frustrações (pequenos problemas geram grandes impactos);

– Dores de cabeça e musculares;

– Dificuldade de concentração;

– Esquecimento;

– Insônia.

Não temos ideia da quantidade de energia que gastamos com nossos pensamentos e dificilmente temos consciência dessa constância avassaladora.

É comum receber pessoas no consultório queixando-se que “pensam demais”, que gostariam de “desligar sua mente”, que “não conseguem controlar o que pensam”.

Essas falas indicam que estamos permitindo que nossos pensamentos nos dominem quando na verdade nossa consciência é que deveria estar no controle.

A prática da meditação é muito interessante para ajudar a minimizar o pensamento acelerado e consequentemente a ansiedade.

Além disso já ser comprovado através de incontáveis estudos científicos, vejo esses resultados com clientes no consultório.

A meditação ajuda na medida em que mantém a pessoa centrada no momento presente observando o fluxo de pensamentos. Quanto mais observamos que os pensamentos são apenas pensamentos, paramos de nos identificar com eles como se fossem verdades absolutas.

A meditação não deixa de ser uma prática de autoconhecimento pois é uma observação de si mesmo: de consciência corporal, de sensações, do fluxo dos nossos pensamentos….

Então no fim das contas é o autoconhecimento que permite entender o que nos leva a ter esses sintomas ruins da ansiedade e a descobrir como torna-la novamente positiva em nossa vida.

Carolina Melo
Psicóloga
CRP 35956/5
Telefone/Whatsapp: (21) 99449-1599