Quando enfrentamos uma ameaça – real ou imaginária, se o neocórtex (parte consciente e racional do cérebro) não consegue administrar, quem assume o comando são as estruturas do tronco cerebral, liberando hormônios do estresse, aumentando os batimentos cardíacos, o ritmo respiratório e ampliando os reflexos. Essas estruturas organizam as reações defensivas de forma inconsciente, avaliando se vamos lutar, fugir ou congelar.
Fuga: primeira reação instintiva, geralmente a mais econômica para o nosso sistema.
Luta: quando não podemos escapar e temos força, lutamos.
Congelamento: essa é uma resposta adaptativa quando é impossível fugir ou lutar, que busca nos poupar da dor. Essa reação contém medo, vergonha e culpa.
Ficamos traumatizados quando a reação defensiva do nosso sistema nervoso às ameaças torna-se crônica. Como disse no início, o neocórtex fica incapaz de assumir o comando e o cérebro inferior domina. Neste caso, nossa capacidade de raciocinar e processar os vários elementos da experiência como memória consciente fica prejudicada.
Uma vez presos em uma reação de fuga, luta ou congelamento, flutuamos entre estados intermitentes de excessiva ativação do sistema nervoso simpático (coração, pensamento e fala acelerados, acessos de raiva, ataques de pânico, distúrbios do sono), e excessiva excitação do sistema nervoso parassimpático (desconexão, indiferença, introversão, fadiga, letargia, depressão). É como se ficássemos presos em ciclos de “liga/desliga”.
Quanto mais tempo “guardamos” a energia traumática, mais nosso cérebro tende a acreditar que a ameaça ainda está presente, assim, ele continua a liberar hormônios do estresse, mantendo-nos em alerta e na defensiva. Nossas reações podem se tornar padronizadas (padrões disfuncionais de comportamento ou sentimentos), e ficamos presos a um tipo de reação mesmo que a situação atual pareça outra.
O Brainspotting é uma das técnicas que ajuda a liberar essa energia do trauma que ficou congelada. Através das sensações corporais, buscamos com um ponto no campo visual do(a) cliente para acessar os registros subcorticais e assim, dar espaço para que qualquer carga que traz sofrimento seja liberada.
Pense em como pode ser bom ter a sensação de liberdade interna e ser quem você realmente é?!
*Fonte – livro “A cura do Trauma”de Gina Ross.